Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da doença celíaca
A Doença Celíaca (DC) é autoimune, causada pela intolerância permanente ao
glúten - principal fração protéica presente no trigo, centeio, cevada e aveia.
Estudos revelam que o problema atinge pessoas de todas as idades.
Formas de apresentação clínica da DC:
I Forma Clássica: caracterizada pela
presença de diarréia crônica, em geral acompanhada de distensão abdominal e
perda de peso, diminuição do tecido celular subcutâneo, atrofia da musculatura
glútea, falta de apetite, alteração de humor (irritabilidade ou apatia),
vômitos e anemia.
II Forma Atípica: as manifestações digestivas estão ausentes ou, quando presentes, ocupam um segundo plano. Os pacientes deste grupo podem apresentar baixa estatura, anemia por deficiência de ferro, osteoporose, hipoplasia do esmalte dentário, artralgias ou artrites, constipação intestinal refratária ao tratamento, atraso puberal, irregularidade do ciclo menstrual, esterilidade, abortos de repetição, ataxia, epilepsia, autismo, esquizofrenia, fraqueza, perda de peso sem causa aparente, edema de aparição abrupta após infecção ou cirurgia e dispepsia não ulcerosa.
Diagnóstico
Para o diagnóstico definitivo da DC é imprescindível a realização de endoscopia.
O tratamento da DC consiste na dieta
sem glúten, devendo-se, portanto, excluir da alimentação alimentos que
contenham trigo, centeio, cevada e aveia, por toda a vida. Deficiências
nutricionais decorrentes da má-absorção dos nutrientes, por exemplo,
deficiência de ferro, ácido fólico, vitamina B12 e cálcio, devem ser
diagnosticadas e tratadas.
O dano nas vilosidades da mucosa
intestinal pode ocasionar deficiência na produção das dissacaridases, na dependência
do grau de seu acometimento. Por isso, deve-se verificar a intolerância
temporária à lactose e sacarose, que se reverte com a normalização das
vilosidades.
Manifestações associadas à DC:
osteoporose, esterilidade, distúrbios neurológicos e psiquiátricos; adenocarcinoma
de intestino delgado, linfoma e carcinoma de esôfago e faringe. O risco dessas
manifestações está associado com a inobservância à dieta isenta de glúten.
Portanto, justifica-se a prescrição
de dieta totalmente isenta de glúten,
por toda a vida a todos os
indivíduos com DC, independentemente das manifestações clínicas. A adoção da
dieta isenta de glúten deve ser rigorosa, pois transgressões sucessivas a ela
poderão desencadear um estado de refratariedade ao tratamento. A dieta imposta é restrita, difícil e
permanente, ocasionando alterações na rotina dos indivíduos e de sua família.
Também enfatiza-se a necessidade da
atenção multidisciplinar e multiprofissional aos indivíduos com DC, pois, além
dos cuidados médicos, eles podem precisar de atendimento por profissionais de
nutrição, psicologia e serviço social de forma individualizada e coletiva.
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