quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Doença Celíaca

Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da doença celíaca
A Doença Celíaca (DC) é autoimune, causada pela intolerância permanente ao glúten - principal fração protéica presente no trigo, centeio, cevada e aveia. Estudos revelam que o problema atinge pessoas de todas as idades.

Formas de apresentação clínica da DC:

I Forma Clássica: caracterizada pela presença de diarréia crônica, em geral acompanhada de distensão abdominal e perda de peso, diminuição do tecido celular subcutâneo, atrofia da musculatura glútea, falta de apetite, alteração de humor (irritabilidade ou apatia), vômitos e anemia.

II Forma Atípica: as manifestações digestivas estão ausentes ou, quando presentes, ocupam um segundo plano. Os pacientes deste grupo podem apresentar baixa estatura, anemia por deficiência de ferro, osteoporose, hipoplasia do esmalte dentário, artralgias ou artrites, constipação intestinal refratária ao tratamento, atraso puberal, irregularidade do ciclo menstrual, esterilidade, abortos de repetição, ataxia, epilepsia, autismo, esquizofrenia, fraqueza, perda de peso sem causa aparente, edema de aparição abrupta após infecção ou cirurgia e dispepsia não ulcerosa.
 Diagnóstico

Para o diagnóstico definitivo da DC é imprescindível a realização de endoscopia.

Tratamento e Prognóstico


O tratamento da DC consiste na dieta sem glúten, devendo-se, portanto, excluir da alimentação alimentos que contenham trigo, centeio, cevada e aveia, por toda a vida. Deficiências nutricionais decorrentes da má-absorção dos nutrientes, por exemplo, deficiência de ferro, ácido fólico, vitamina B12 e cálcio, devem ser diagnosticadas e tratadas.
O dano nas vilosidades da mucosa intestinal pode ocasionar deficiência na produção das dissacaridases, na dependência do grau de seu acometimento. Por isso, deve-se verificar a intolerância temporária à lactose e sacarose, que se reverte com a normalização das vilosidades.
Manifestações associadas à DC: osteoporose, esterilidade, distúrbios neurológicos e psiquiátricos; adenocarcinoma de intestino delgado, linfoma e carcinoma de esôfago e faringe. O risco dessas manifestações está associado com a inobservância à dieta isenta de glúten.
Portanto, justifica-se a prescrição de dieta totalmente isenta de glúten, por toda a vida a todos os indivíduos com DC, independentemente das manifestações clínicas. A adoção da dieta isenta de glúten deve ser rigorosa, pois transgressões sucessivas a ela poderão desencadear um estado de refratariedade ao tratamento. A dieta imposta é restrita, difícil e permanente, ocasionando alterações na rotina dos indivíduos e de sua família.

Também enfatiza-se a necessidade da atenção multidisciplinar e multiprofissional aos indivíduos com DC, pois, além dos cuidados médicos, eles podem precisar de atendimento por profissionais de nutrição, psicologia e serviço social de forma individualizada e coletiva.

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