quarta-feira, 3 de março de 2021

Apraxia e Dispraxia. Afinal o que é isso?

Aproveito a semana dedicada às pessoas com doenças raras para apresentar um artigo escrito pelo neurologista e neuropediatra infantil Clay Brites que trata de uma inabilidade ligada à comunicação verbal e aos movimentos coordenados.

Foto: banco de dados do Blog


Vocês por acaso já ouviram falar em apraxia da fala? Muitos pensam que essa condição está diretamente ligada à existência do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Porém, antes vamos explicar a todos vocês sobre o que isso se trata e quais os sintomas e desafios encontrados por pais, profissionais e as próprias crianças no que diz respeito à comunicação verbal.

O que praxia?

É a habilidade de cumprir corretamente uma sequência motora, sendo que a criança ou adulto não pode ter uma lesão, um visível déficit ou fraqueza na área motora estudada. Nesses casos, as pessoas sabem o que querem falar; elas têm em mente o que desejam falar, mas encontram obstáculos quanto ao exercício motor da fala, por exemplo.

O que é a apraxia?

Nesse caso, a apraxia pode ser definida como a inabilidade de cumprir uma sequência motora em algum lugar do nosso corpo. A apraxia da fala é a dificuldade absoluta de se comunicar pela comunicação verbal. A apraxia está geralmente ligada a algum caso de paciente que sofreu um derrame cerebral; foi diagnosticado com algum tumor, um trauma craniano ou uma hemorragia cerebral.

No entanto, muitas pessoas confundem a apraxia com a dispraxia. No caso do autismo, por exemplo, é preciso ter muita atenção quando referimos a real situação enfrentada pelo pequeno. Mas é importante sabermos o que é a dispraxia.

O que é dispraxia?

A dispraxia é quando o indivíduo já nasce ou demonstra, nos primeiros anos de vida, alguma dificuldade que pode afetar o seu desenvolvimento infantil, sobretudo no que diz respeito ao cumprimento de uma sequência motora de fala. Na dispraxia não há uma ruptura. Ao longo do crescimento da criança, os pais vão percebendo esse déficit na fala.

Onde ocorre a confusão entre a apraxia e a dispraxia?

Muitas pessoas confundem a apraxia e a dispraxia em função de ambos afetarem a articulação sequencial de fonemas durante a fala. A diferença é que apraxia é adquirida e a dispraxia é inata, ou seja, a pessoa nasce com ela.

Uma criança com autismo pode apresentar essas condições?

Na verdade, tendo em vista que a dispraxia está inteiramente ligada ao desenvolvimento, a criança com autismo pode ser dispráxica. Mas é preciso ficar atento quanto a alguns equívocos, como o fato de o pequeno usar ecolalias (e que nem sempre significa que a criança conviva com o transtorno).

A dispraxia de fala pode ser um sinal de um transtorno neurológico. É necessário identificar, pois pode estar ligado às síndromes genéticas, deficiência intelectual, TDAH, TEA, quadros epiléticos. Isso leva a problemas não só de expressão, mas é muito comum a criança ter problemas de desenvolvimento da aprendizagem da leitura e da escrita.

Por que isso acontece?

A associação entre ambos (a dispraxia e o autismo) pode acontecer. Essa criança tem a possibilidade de manifestar um distúrbio de comportamento interligado à dispraxia. As mesmas áreas do cérebro responsáveis pela praxia de fala são áreas que também têm responsabilidades sobre a linguagem como um todo, sobre a estruturação da linguagem e a formação do processo de leitura e escrita. A partir do diagnóstico, então, é preciso fazer a terapia fonoarticulatória.

https://institutoneurosaber.com.br

Instagram: @claybrites

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